Olá nobres leitores do Bebida Liberada, continuando na tentativa de conseguir esclarecer alguns pontos do mundo do vinho para vocês, vamos falar hoje sobre a degustação.

Quando bebemos um vinho, tendemos a relacionar isso a uma situação prazerosa, seja uma harmonização culinária, um jantar romântico, um encontro amoroso, de modo que, saber degustar o vinho é o complemento para o “ambiente” formado.

A degustação é um “processo” complexo, não tão simples como possa parecer, eis que envolve mais do que um sentido, englobando “passos”que devem ser adotados. Podemos assim falar em: exame visual, exame olfatório e o exame gustativo.

Degustando-vinho

Vamos abordar cada um desses exames para que você possa melhor aproveitar os vinhos.

Ainda que você tenha vergonha de fazer algum desses exames, posso garantir, ela irá passar, nem que seja após a sua enésima tentativa.

Exame Visual:

Nesse exame verificaremos a limpidez, transparência, brilho, viscosidade (formação de lágrimas), cor e gás do vinho. Pela análise visual, conseguimos verificar se o vinho é jovem ou maduro.

Para efetuar esse exame, colocamos o vinho em quantidade que varia entre 1/3 à ½ do volume da taça.

Após, inclinamos suavemente a taça com o intuito de melhor visualizar a superfície de vinho a ser observado, a qual adquira uma forma elíptica.

Lembramos que a análise deverá ser feita contra um fundo branco, para tanto, pode-se utilizar folha de papel, guardanapo ou a própria toalha de mesa.

Sobre os aspectos do vinho:

Limpidez:

Todo vinho deve se apresentar límpido, sem partículas em suspensão e sem depósito, essa é a regra, pois temos os vinhos de longa guarda, os quais, com o tempo, formam depósitos no fundo da garrafa e, quando agitados, dispersam no vinho.

Fora essa exceção, partículas no líquido significa que o vinho foi mal produzido ou está deteriorado.

Transparência:

O vinho correto não pode ser turvo, tem que ser transparente. Para esse exame, podemos lançar mão de um papel no qual haja um texto, o qual deverá ser colocado abaixo da taça. Se o examinador conseguir ler o conteúdo, o vinho é transparente.

Todavia, há ainda exceção para a transparência, quando os produtores reduzem ou evitam a filtração, com o intuito de preservar suas características e possibilidade de proporcionar uma maior complexidade e longevidade, casos nos quais o vinho deve ser mais turvo.

Viscosidade:

A viscosidade é a característica do vinho de “adesão” nas paredes da taça. Quando é agitado e colocado em repouso, o vinho escorrerá pela parede da taça, lentamente, em filetes, os quais são denominados lágrimas, pernas ou arcos.

As lágrimas são formadas pela tensão superficial e evaporação de álcoois do vinho, especialmente o glicerol.

Quanto menor a viscosidade, mais “aguado” será o vinho, ou seja, o vinho terá pouco corpo e não proporcionará a sensação aveludada na boca.

Brilho:

As três outras características acima, quando reunidas causam reflexos intensos nos vinhos, os quais podem apresentar um aspecto brilhante.

Embora não seja uma característica que demonstre uma certeza de qualidade, os bons vinhos devem conter um brilho intenso.

Cor:

Essa é, talvez, a característica mais importante desse exame. Portanto, deve ser submetida à análise cuidadosa, de modo a se obter informações importantes sobre o vinho.

Primeiro, temos que fazer a observação geral da cor, analisando o vinho dentro da taça. Após, inclinamos a taça para que a superfície do vinho adquira a forma elíptica, para que seja feita uma avaliação mais detalhada.

Poderemos identificar duas regiões: a central ou olho onde a cor tem que ser mais concentrada, mesmo porque tem menor incidência da luz pelas laterais da taça, e a borda periférica ou anel que tem a cor menos concentrada, o que decorre, também, em virtude de menor volume de vinho na região. No anel, a cor do vinho é mais esmaecida.

Gás:

O vinho, em regra, não contém gás em sua composição. Exceção para os espumantes (champagnes, asti, etc) e os frisantes (Fracasti, Lambrusco, Vinhos Verdes).