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Hoje vamos tratar de alguns tipos de uvas para a produção de vinhos, sendo esse mais um capítulo do nosso Manual do Vinho.

Existem milhares de uvas viníferas, de modo que é impossível esgotar o assunto no espaço proposto. Sendo assim, vamos falar apenas de algumas uvas, abordando as 18 uvas tidas como nobres, entre as tintas e brancas.

Então, irei dividir a classificação dos tipos de uvas em 3 posts, cada um com seis uvas distintas.

 

 

Uvas tintas:

 

Pinot Noir: Também conhecida como Pinot Nero, originária da França é uma uva típica da Borgonha, é tida por enólogos e enófilos como as uvas que produzem os vinhos bastante complexos com aromas intensos.

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A característica que define sua qualidade é o terroir no qual é plantada.

Em geral, tem níveis de taninos e pigmentos inferiores aso de outras grandes castas de tintas, todavia resultam em vinhos mais ácidos.

A Pinot Noir é uma uva de difícil cultivação e vinificação.

Os grandes pinot noirs têm aroma intenso, complexo e sensual e evoluem muito bem na garrafa.

Também integram parte da receita que integram os vinhos da Champagne.

Exemplos de Pinot Noir: Romanée-Conti, Volnay e Clos de Vougeat

 

 

Nebbiolo: Essa uva é tida como a rainha do Piemonte e recebe um nome que tem origem no italiano, decorrente do termo “Nebbia”, cujo signifcado é “névoa”. E qual o motivo dessa nomenclatura?

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A região onde essa uva é cultivada, precisamente nos montes de Alba e Monforte. Essa é a uva que produz os melhores e mais valorizados tintos italianos, Barolo e Barbaresco. É também conhecida como Spanna, nas DOCG’s Gattinara e Ghemme, ou Chiavennasca, em Valtellina, na Lombardia.

A uva tem personalidade forte e dificilmente se adapta em outros terroirs.

Os vinhos produzidos são intensos, frutados, tânicos, com aromas complexos e com alta acidez, o que torna obrigatório o envelhecimento em barris de carvalho. Processo esse que pode durar 10 anos, antes de serem comercializados.

Além do mais, os vinhos são estruturados, elegantes, com acidez e taninos equilibrados (após o processo de envelhecimento), com aromas de frutas negras, violeta, rosa, especiarias e couro.

Quando atinge seu ápice, produz vinhos marcantes, de coloração profunda.

 

 

Sangiovese: É a uva mais plantada na Itália (mormente da região única da Toscana), ocupando cerca de 10% dos vinhedos daquele país, sendo a base dos vinhos de Toscana – Chianti, Brunello di Montalcino (Salgiovese Gosso) e Vino Nobilo de Montpulciano. Uma curiosidade é que seu nome significa o sangue de Júpiter.

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Trata-se de uma uva de fácil cultivo, possui cachos com grande quantidade de bagos com pele espessa. A casta pode ser vinificada de modo varietal, sendo utilizada na elaboração do grande e cultuado Brunello, ou em corte com outras espécies de uvas, como o Chianti e Supertoscanos, sendo que nesses pode-se verificar a intensidade plena da uva.

É uma cepa de amadurecimento tardio, bem ácida, tânica e frutada.

Seus vinhos variam muito, dependendo da denominação, dos mais leves aos mais ricos e intensos, com personalidade nitidamente italiana, com ótima acidez e uma “secura” determinada.

Se pudéssemos fazer uma divisão, falaríamos que a Sangiovese pode produzir vinhos leves e fáceis de beber, como os Cianti, mas também, os mais encorpados como o Vino Nobile di Montepulciano.

Coincidentemente, ou não, os vinhos da sangiovese costumam combinar com massas em geral, como espaguetes, talharins, pizzas, etc.

 

 

Syrah: Uma de minhas preferidas, também é conhecida como Shiraz, é a grande responsável por produzir alguns dos mais cultuados e apreciados vinhos do planeta.

Syrah

Trata-se da uva do Rhone, na França, cujos vinhos são de coloração intensa, bem encorpados e aromáticos e na boca evocam frutas vermelhas (amoras).

Por seu turno, na Austrália, ela recebe o nome de Shiraz, tendo caraterísticas tânicas, apimentada e de boa maturação.

Em regra, os vinhos decorrentes das uvas Syrah são profundos e encorpados, com notas de especiarias e frutas negras maduras.

Dependendo do clima no qual é cultivado, pode gerar perfis aromáticos distintos. A título de exemplo, nas regiões de clima quente, os vinhos tornam-se encorpados, com notas de ameixa e chocolate, ao passo que, nas frias, recebem notas de pimenta-do-reino e couro.

São vinhos longevos, de modo que se pode tê-los por décadas, conservando-os em adegas.

Segundo estudos realizados as uvas Syrah decorrem do cruzamento entre as uvas Dureza e Mondeuse Blanche, o qual ocorrera nos Alpes do Rhône.

Uma curiosidade é que ao norte do Rhône, o Hermitage e Côte-Rôtie são dois exemplos dos vinhos mais aristocráticos com a uva Syrah.

 

Cabernet Sauvignon: Originário da região de Bordeaux, no sudoeste da França. Trata-se da mais clássica e popular variação de vitis vinífera, em decorrência de sua alta qualidade e adaptabilidade, figurando como base do corte usado nos grandes vinhos de Bordeaux (Latour, Mouton-Rothshild, Lafite, Latour, Margoux etc). Decorre ainda do cruzamento das uvas Cabernet Franc e Sauvignon Blanc.

Cabernet Sauvignon

É uva mais difundida no planeta e responsável pelos melhores rótulos de vinhos já produzidos. Possui amadurecimento tardio e produz tintos secos de semi-incorpados a incorpados; tânico quando jovem, garante um melhor envelhecimento da bebida na garrafa e a passagem pelo barril de carvalho pode aparar suas arestas.

Caracterizada pelos taninos densos e de cor profunda.

Possui uma ampla gama de aromas: frutas vermelhas, chocolate geleia e tabaco, quando envelhecidos.

Cultivada com certa facilidade, porém que demanda uma grande insolação para alcançar o pleno amadurecimento.

Se vê enriquecida quando misturada à merlot, cabernet franc, shiraz, petit verdot ou malbec.

É responsável pelos melhores vinhos do Brasil e do Chile.

 

 

Tempranillo: (TINTO FINO, CENCIBEL, TINTA RORIZ ARAGONÊS) – Trata-se da mais importante uva de qualidade da Espanha, cultivada nas regiões de Rioja (sendo o principal responsável pelo rótulos) e Ribeira del Duero.

Tempranillo

Seu nome faz referência ao brotamento precoce, amadurecimento rápido e crescimento curto, daí que temos do espanhol “temprano”, que significa cedo.

Essa uva se adapta bem ao frio, sendo melhor cultivada em solos argilosos ou rochosos.

Pode ser utilizada na vinificação varietal ou em corte, compondo tintos de ótima qualidade, mormente com Syrha, Garnacha, Cabernet Sauvignon ou Mazuelo.

Usualmente misturada à garnacha e mazuelo. Dá um vinho colorido, com baixa acidez, pouco tânico e que envelhece bem no carvalho que lhe confere aromas de tabaco.

Os vinhos são bem incorpados e de boa estrutura, extremamente saborosos, perfeitos para envelhecimento em carvalho e um retrogosto bastante longo.

Países: Espanha, Portugal e Argentina.

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