Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciou que no período entre janeiro de 2.014 à janeiro de 2.015, a produção de produtos orgânicos no país teve um aumento de 51,7%, em sua maioria na região nordeste do país.

 

organicos

 

Os produtos orgânicos é tido como objeto de desejo para as classes A e B, que procuram produtos mais saudáveis, menos processados, maus funcionais e com garantia de origem, o que, segundo matéria publicada no Estadão PME, justifica a curva ascendente desse mercado.

 

O Diretor da Organis (Conselho Brasileiro de Produção Orgânica Sustentável), Ming Chao Liu, avalia que a quantificação do setor ainda é precoce, eis que a regulamentação ocorreu há pouco tempo, precisamente, com a regulamentação da lei 10.831/03, que ocorreu apenas em 2.007, através do Decreto nº 6.323. Todavia, segundo a Organis, é provável que tenhamos um implemento entre 20 a 30% no mercado até o final do ano.

 

A regulamentação recente, faz com que, nem mesmo a Organis e o MAPA tenham a ideia real do tamanho do mercado, eis que os únicos dados que se tem são referentes às unidades produtivas, havendo falta de fontes dos dados secundários.

 

Com a regulamentação, o MAPA, através de um rastreamento mais oficial e menos informal, conseguiu verificar um crescimento no mercado, um pouco mais sútil do que o que ocorre em países como EUA, CANADÁ e JAPÃO, onde a regulamentação foi anterior.

 

Um fator interessante, é que o mercado da saúde, que é bem maior, acaba puxando toda a demanda de produtos orgânicos em razão da garantia de que eles não contém agrotóxicos, pesticidas, entre outras coisas que se pode encontrar nos demais produtos.

 

Atualmente, já é possível verificar uma maior diversidade de produtos orgânicos nas gôndolas dos supermercados, inclusive produtos com maior valor agregado como barras de cereais, sucos, geleias, etc.

 

Embora ocorra o crescimento, esse ainda engatinha, eis que vários produtos, como carnes e lácteos, ainda não se desenvolveram nesse sentido. Bem da verdade, os produtos em tela ainda estão amadurecendo, se expandindo, quando esse mercado alcançar uma quantidade bem expressiva, provavelmente, empresas multinacionais, como Coca-cola, Pepsi ou Danone deverão incorporar o conceito, de modo a lançarem produtos orgânicos.

 

Todavia, um fator que irá acelerar esse processo, se inicia com o pequeno e médio empreendedor, pois os empresários que se enquadram nesse perfil, têm uma ideia, coloca-a em prática e lança um produto diferente. Quando o sucesso ocorre e o produto se firma no mercado, as multinacionais acabam adquirindo essa empresa e investe em seu desenvolvimento.

 

Esse deverá ser o caminho mais óbvio, eis que a produção orgânica, hoje, parte essencialmente dos micro e pequenos empresários, o que define uma característica, a pulverização do mercado.

 

Assim, o ideal, seria incentivar o micro e médio empreendedor, com o intuito de fomentar o mercado, mas o acesso as linhas de crédito e programas de incentivo não é tão fácil.

 

Atualmente, as linhas de financiamento são a nível do produtor, o que restringe o mercado, tanto que são raras as linhas de maquinário, por exemplo, o que dificulta a atuação do micro e pequeno empresário.

 

Podemos ainda afirmar que alguns Estados chegaram a criar linhas de apoio, porém voltado para o setor primário. No setor de processamento de indústria, apenas os médios conseguem.

 

Há ainda um estigma sobre esses produtos relacionado ao preço, muito se ouve de que os produtos orgânicos são elitizados e destinados para a classe mais abastada.

 

Porém, há justificativas para a definição dos preços, o processo diferenciado, escala menor de produção, a própria lei da oferta e da procura, etc.

 

Uma ação para tentar diminuir o valor de consumo, adotada inclusive em outros países, consiste na diminuição de intermediários, através de realizações de feiras, por exemplo, onde o consumidor negocia diretamente com o produtor. A consequência é cristalina, pois quanto meno a cadeia, mais barato o produto fica.

 

O valor mais alto, justificado dos produtos, acabam gerando um “ambiente gourmet” sobre eles, mesmo porque, as redes de varejo buscam criar um diferencial como forma de fidelizar os clientes.

 

Todavia, destacamos a observação do senhor Liu de que:

 

O orgânico, por si só, já é um produto diferenciado, que vai remeter muito mais ao artesanal local. O consumidor vai identificar aquilo não apenas como um produto, mas com quem o faz. É semelhante ao setor de microcervejarias. O que chama atenção do consumidor por uma cervejaria caseira? É o rótulo, os ingredientes, o método, a forma como ele está fermentando, a origem. Na essência, a cerveja é o malte o lúpulo, a cevada. Mas o consumidor entende que só ele está experimentando aquilo.”

 

Ou seja, o que Liu quis dizer é que os produtos orgânicos possuem em sua essência o mesmo fenômeno que ocorre com as cervejas artesanais, as quais, embora, sejam feitas de malte e lúpulo, contém em sua fórmula algumas especificidades de modo a destinar um diferencial ao consumidor final, que entende que aquele produto é mesmo diferenciado.

Fonte
Amon ass