Esse texto não necessariamente é a opinião do Bebida Liberada, também não tem como intuito queimar uma ou outra marca de cerveja, mas trazer ao debate uma situação cada vez mais patente e reprovável.

Certo é que o mundo da cerveja sempre teve uma aspecto mais “masculino”, provavelmente por questões históricas e por costumes ultrapassados.

Crescemos em um mundo predominantemente machista, onde a mulher – até bem pouco tempo atrás – não “podia trabalhar fora, porque isso é coisa para homem”, não podia, de certa forma exercer seus direitos e vontades dentro de casa e tinha que se submeter às vontades dos maridos.

 

mulher e cerveja

 

Era comum, os pais impedirem as filhas de estudar, mulher boa era aquela que ficava em casa, cuidando do lar e dos filhos durante o dia e a noite um “objeto sexual” do esposo. Posso dizer que muitas mulheres podem ter morrido sem nunca ter sentido um orgasmo, etc.

Todavia esse não é o cerne da questão.

Se a vida era assim, por qual razão seria diferente no mundo da “loira gelada”?

O cenário da vida boêmia, do “happy hours”, do boteco com ovos coloridos e cerveja era marcado predominantemente por homens. O homem podia ir ao bar entornar a breja. A mulher se o fizesse, seria descriminada e pré-julgada.

Mas, graças a Deus evoluímos, procuramos igualar as situações.

Já tem um tempo que é normal vermos mulheres nos barzinhos, seja com o namorado, seja com amigas, bebendo, sorrindo, rindo, descontraindo.

Então, tudo parece, de fato, que o Homem está evoluindo, deixando de sermos “homo sapiens” para pisarmos de fato nos anos 2.000.

Isso refletiu nos comerciais de cervejas, antes praticamente com cunho machista e sexual, pois era comum as empresas de propaganda vincular a cerveja com a visão do paraíso masculino: praia, festa e mulheres bonitas e formosas.

Então, o mundo caminha. Evoluí.

Mas, para os mais atentos, esse mercado está nitidamente MACHISTA. Patentemente retrocedendo aos tempos mencionados.

 

mulher
Vejamos:

A tal da Verão. Não há como se negar, Aline Riscado é um mulherão, bonita, linda, corpão malhado, sensual, etc.

Mas, é tida nos comerciais como se fosse “um objeto” do desejo masculino. Há algo mais machista do que isso?

Será que a propaganda seria da mesma forma aceita se ao invés da Verão, houvesse um Outono, Tonhão, malhado, olhos azuis, e coisa e tal?

Não. Essa propaganda não iria para a frente.

E para piorar, as marcas de cerveja não apenas investem, ainda, em propagandas machistas, mas estão recebendo nomes machistas.

Um ou outro nome de cerveja talvez passe meio que despercebido, pois é possível dar outra interpretação à opção feita por uma ou outra marca, mas não há como negar que, com uma análise mais aprofundada, alguns nomes sugerem que o consumidor destinatário é do sexo masculino e que há cunho sexual em seu teor.

Mas, nada pode ser tão ruim, que não possa ser piorado.

Há cerveja que possuem nomes de saltar os olhos, sendo batizadas de forma nitidamente machistas.

E alguns desses nomes, para o lado conservador da população, chegam a ferir os bons costumes, como valores familiares, etc.

Há menções sobre relações extraconjugais, mulher objeto, atitudes proibidas, as opções são inúmeras.

Eu sei que o mundo anda muito burocrático como esse texto, mas há situações que o “politicamente correto” deve prevalecer.

Dessa forma, acho DESNECESSÁRIA a utilização dessas nomenclaturas.