Katrina é a personagem central do folclore dos ‘Hermanos Mexicanos” e nos trás um dos melhores significados, consistente na representação de uma dama da alta sociedade com a função do “memento mori”, de modo a demonstrar que as diferenças sociais não significam NADA, diante de “la muerte”.
E, por qual razão abordei isso no Bebida Liberada?
Porque a Cervejaria Tupiniquim produziu e envasou a Branca de Brett, cujo rótulo me fez referência a “La catrina” da Branca de Neve. Sinceramente não sei se é correto fazer esse elo (visto que o rótulo retrataria um zumbi), mas, quem pode ditar o que é o certo e o errado?
Apenas registro a observação que o zumbi se justifica pelo fato de que a levedura utilizada, a Brettanomyces Trois, é um fermento selvagem, conhecido por “comer” tudo que vê pela frente, assim como o zumbi.
Superada a curiosidade, temos que ter em mente que essa levedura também é responsável por metabolizar uma alta gama de açúcares presentes no mosto.
Cerveja sazonal, do estilo ‘American Wheat’, de trigo, com levedura brett (Brettanomyces Trois), o que lhe confere aromas tropicais e cítricos que remetem frutas tropicais como o abacaxi e a laranja, que se equilibram com refrescância e aroma, corpo e sabor de uma cerveja de trigo.
A Branca de Brett contém um aroma inicial cítrico, que se perde nos goles seguintes, permanecendo um sabor um pouco “salgado”, decorrente da levedura.
Com lúpulos americanos Citra e Mosaic, que ajudam a compor uma cerveja suave e refrescante e, cuja presença, proporciona um aroma representativo de lima, limão, lichia e abacaxi. Ainda pode-se notar um leve floral com acidez sútil.
Em decorrência do própolis, o final é pontuado com um amargor.
De cor esbranquiçada, amarelo palha, um pouco enevoado, formando um colarinho branco significativo e duradouro, o qual chega a interferir na degustação.
Na boca ainda nota-se uma certa textura frisante.
A Branca Brett tem 5,5% ABV e 40 IBU.